23 Sep
23Sep

Partindo da Ilha de Soledad, ex-soldados recrutados que lutaram na Guerra das Malvinas alertaram sobre o plano sistemático dos irmãos Milei para entregar a soberania.

As vozes dos veteranos foram ouvidas mais uma vez, desta vez vindas das próprias Ilhas Malvinas. Membros do Centro de Veteranos das Ilhas Malvinas (CECIM La Plata) denunciaram hoje o abandono das políticas diplomáticas relativas à questão das Malvinas e condenaram o chamado acordo Mondino-Lamy, que descreveram como mais uma capitulação em matéria de soberania.

A cena se desenrolou em East Falkland, durante uma visita da delegação da CECIM às ilhas. Empunhando faixas com os dizeres “SOBERANIA MILEI NÃO É NEGOCIÁVEL” e “NÃO AO ACORDO MONDINO-LAMY”, os veteranos alertaram que o governo nacional está seguindo um plano sistemático de rendição, no qual as decisões de política externa parecem estar subordinadas a interesses estrangeiros à Argentina.

“O presidente e sua irmã estão desmantelando, passo a passo, o consenso básico que o povo argentino mantém há décadas em relação às Ilhas Malvinas. Não se tratam de gestos isolados: estamos diante de um abandono deliberado da via diplomática e da defesa da integridade territorial”, declararam os representantes da organização.

A este respeito, enfatizaram que a atual administração está violando o marco legal argentino, fechando os olhos para empresas que exploram ilegalmente a pesca e buscam expandir suas atividades de hidrocarbonetos nas Ilhas Malvinas, enquanto simultaneamente permite que operem no território continental argentino. Observaram também que o Poder Executivo enfraqueceu os mecanismos de cooperação regional e que essa atitude constitui um claro desrespeito às diretrizes que estabelecem restrições explícitas ao tráfego marítimo e logístico para as ilhas.

A organização sediada em La Plata destacou que as declarações e ações do Executivo não apenas violam a Primeira Disposição Transitória da Constituição Nacional — que exige a recuperação da plena soberania sobre as Ilhas Malvinas por meios pacíficos — mas também desrespeitam os compromissos internacionais da Argentina, especialmente no âmbito das Nações Unidas.

“Este acordo com o Reino Unido, que visa legitimar a exploração conjunta de recursos, representa uma rendição flagrante da nossa soberania. E nós o denunciamos a partir das Ilhas Malvinas, porque a gravidade dessa rendição é sentida com mais força aqui”, enfatizaram.

A presença dos ex-combatentes nas ilhas, com suas bandeiras e sua mensagem direta, busca desafiar a sociedade argentina: a soberania não se negocia, se defende.




MOPASSOL

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